domingo, 20 de novembro de 2011

Gabarito preliminar prova de Português - EA EAOT 2012

Versão A
1.C (PUNIÇÕES E COMPAIXÃO)
2.A (v-v-f-f)
3.D (PROSOPOPEIA)
4.D (INTERTEXTUALIDADE)
5. C (BRAVO CIDADÃO)
6. C (1-2-1-2)
7. D (MANTIVEREM / SERÁ)
8. C (LOUCURA/SAÚDE/EXCESSO/QUAISQUER)
9. A ( I, II E III)
10. D (3-5-2-1-4)
11. C (HÁ/À/A)
12. A (V-F-F-V)
13. C (BASTANTE/MEIO/MENOS)
14. B (4-3-5-1-2)
15. A (F-V-V-V)
16. ? (TALVEZ A D)
17. C (V-F-V)
18. B (ESTA SITUAÇÃO PREOCUPANTE..._
19. A O TEXTO JORNALÍSTICO...
20. A (CORRETA I O TEXTO TRANSCRITO...)
21. C (A MAIORIA DESSAS...)
22. A (ELA MESMA....)
23. D (6-7-1-3)
24. C (MEDIDAS DE GRANDE...)
25. B (ESSE / ESSA / ESTA)
26. C (I E II)
27. A (1-4-4-2)
28. D (HÁ / OSTENTAVA / DECRÉSCIMO)
29. A (EXAGERO / GRADAÇÃO / CRESCENTE)
30. C (4-2-3-1)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

GABARITO CONCORDÂNCIA NOMINAL - 231

GABARITO DOS EXERCÍCIOS
01 - Nós temos [bastantes] razões para impugnar sua candidatura.
02 – Estavam [bastante] informados sobre toda a situação.
03 - Aquela decisão me custou muito [caro].
04 - Acolheu-me com palavras [meio] tortas.
05 - Os processos estão [inclusos] na pasta.
06 - As folhas trinta e [duas] do processo, fez o juiz uma observação.
07 - Seguem [anexas] as faturas.
08 – [É proibido] conversas no recinto.
09 - Vocês estão [quites] com a mensalidade?
10 - Hoje temos [menos] lições.
11 - Água é [bom] para rejuvenescer.
12 - Ela caiu e ficou [meio] tonta.
13 - Elas estão [alerta].
14 - As duplicatas [anexas] já foram resgatadas.
15 - Quando cheguei à escola era meio-dia e [meia].
16 - A lealdade é [necessária].
17 – Estavam [bastante] preocupados com a situação.
18 - As meninas me disseram [obrigadas].
19 - A porta ficou [meio] aberta.
20 – [Anexos] estamos enviando os documentos.
21 – É [permitido] entrada franca a estudantes.
22 – [Salvo] os doentes, os demais partiram.
23 - As camisas estão custando [caro].
24 - Seu pai já está [quite] com o meu?
25 - Escolhemos as cores mais vivas [possíveis].
26 - É [necessário] muita fé.
27 – Não é [necessária] a ação da polícia.
28 - Maçã é [bom] para os dentes.
29 – [Exceto] os dois menores, todos foram presos.
30 - A sala tinha [bastantes] carteiras, mas era [meio] escura.
31 - Eram moças [bastante] competentes.
32 - As certidões [anexas] devem ser seladas.
33 - Suas opiniões são [bastante] discutidas.
34 - É [proibida] a entrada neste recinto.
35 – Mãe viúva e filho moravam [junto] numa casa modesta.
36 – As matas foram [bastante] danificadas pelo fogo.
37 – Bebida alcoólica não é [bom] para o fígado
38 - Vossa Excelência está [enganado], Doutor Juiz.
39 - Está [incluso] no total o seu percentual de comissão.
40 - Tenho uma colega que é [meio] ingênua.
41 - Ela apareceu [meio] nua.
42 - Manuel está [meio] gripado.
43 - As crianças ficaram [meio] gripadas.
44 - Nunca fui pessoa de [meia] palavra.
45 - Agora todos estão [salvos], exceto o velho barqueiro.
46 - Os rapazes nos pagaram somente com muito [obrigados].
47 - A casa estava [meio] velha antes da reforma.
48 - Fiquem [alerta] rapazes.
49 – Esperava [menos] pergunta naquela prova.
50 - A maçã é [boa] para os dentes.
51 - É [proibida] a permanência de veículos neste local.
52 - Você é inteligente, [de maneira] que vai aprender.
53 - Segue [anexa] a biografia que você pediu.
54 - Está [inclusa] na nota a taxa de serviços.
55 - Estou [quite] com as crianças.
56 - Procure comer [bastante] frutos.
57 - Todas as guarnições militares estavam [alerta].
58 - Muito [obrigadas] disseram elas.
59 - Você é estudante, [de modo] que pode cometer muitas asneiras.
60 - A carne está [meio] estragada
61 - A lista de ofertas vai [anexa] ao pacote.
62 - É [necessária] a virtude dos bons
63 – Quero [meia] porção de fritas.
64 - As janelas estavam [meio] fechadas.
65 - Sua família tinha muito [menos] riqueza que a nossa.
66 - Examinamos [bastantes] planos.
67 - Água de melissa é muito [bom].
68 - Para trabalho caseiro é [bom] uma empregada.
69 - Naquela casa não é [permitida] a entrada.
70 - Creio que ela ficou [meio] frustrada com a notícia.
71 - Os cheques estão [anexos] aos documentos?
72 - Examinamos [bastantes] projetos.
73 - Seus quadros eram os mais clássicos [possíveis].
74 - O governo destinou [bastantes] recursos.
75 - Seguem [anexas] três certidões.
76 - Para quem esta entrada é [proibida]?
77 - Coalhada é [bom] para a saúde.
78 - A coalhada dessa padaria é [boa].
79 - Mais amor [menos] confiança.
80 - Suas Excelências estavam [acompanhados] de suas esposas.
81 - A porta ficou [meio] aberta.
82 - Hoje temos [menos] lições.
83 - As peras custam [caro].
84 - Vocês estão [quites] com a mensalidade?
85 - Tenho [bastantes] razões para ajudá-lo.
86 - Seguem [inclusas] na pasta a carta e a procuração.
87 - As mordomias custam [caro].
88 - Esta viagem sairá [cara].
89 - Os documentos vão [inclusos] na carta.
90 – [Anexos] ao processo estavam os documentos.
91 - Esta aveia é [boa] para a saúde.
92 - Aquelas mercadorias custaram [caro].
93 - Os mamões sempre custaram muito [caro].
94 - Não tinham [bastantes] motivos para faltar.
95 - Estou [quite] com a tesouraria.
96 - Eles faltaram [bastantes] vezes.
97 - Suas opiniões são [bastante] discutidas.
98 - Há [bastantes] meses, falou-me do seu grande amor.
99 - Pimenta é [bom] para tempero.
100 - Emocionada a moça agradeceu. Muito [obrigada]!
101 - É [proibido] entrada.
102 - Ela está [quite] com você?
103 - Agora é meio-dia e [meia].
104 - Carla não quis sair porque está [meio] cansada.
105 – É [proibida] a caça nesta reserva.
106 – Elas nunca saíram [junto], mas moram [junto].
107 – Ela não sabia disso [mesmo].
108 - Essas funcionárias sempre chegam [juntas].
109 - As crianças viajarão [junto] a mim.
110 - A filha e o pai chegaram [junto].
111 – Elas [mesmas] fizeram a festa.
112 - Aquelas mercadorias eram [baratas].
113 – Os alunos [mesmos] darão à redação final.
114 - Manoel e Virgílio estão [quites] com o Serviço militar.
115 - A menina me disse [obrigada].
116 - Não tenho [meios] para levar uma vida melhor.
117 - Os mamões ficaram [caros] de uma hora para outra.
118 - Você é perspicaz, [de forma] que entendeu o que eu disse.
119 - A pimenta é [boa] para tempero.
120 - A porta ficou [meio] aberta.
121 - Esta questão tem sido apresentada [bastantes] vezes.
122 - Ante ao perigo os guardas estavam [alerta].
123 - Meu filho emagrecia a [olhos vistos].
124 - Vai [anexa] a declaração solicitada.
125 - As certidões [anexas] devem ser seladas.
126 - Tudo depende delas [mesmo].
127 – [Só] ela faria as lições [anexas].
128 - Alguns acham [possíveis] navios de 800 mil toneladas.
129 - São eles [mesmos] responsáveis pela derrota.
130 - As crianças estavam [bastante] crescidas.
131 - Nós [mesmos] edificaremos a casa.
132 - Água tônica é [bom] para o estômago.
133 – [Anexos] seguem os formulários.
134 – Bebida alcoólica não é [permitido].
135 – Os fortes sentimentos vêm [juntos].
136 – No Brasil, é [necessária] a importação de trigo.
137 – Ela [mesma] agradeceu a homenagem recebida.
138 – Os computadores custam [caro].
139 – Visitamos os mais belos museus [possíveis].
140 – Nossas contas parecem as mais exatas [possíveis].
141 – Os juros estão o mais elevados [possível]
142 – A situação do país é [meio] incerta.
143 - Tinha [transtornada] a fala e o semblante.
144 - Mantenha [acesas] as lâmpadas e os lampiões.
145- Pai e filhas mantiveram-se [calados].
146 - Você escolheu [má] hora e lugar.
147 - O arbusto e a árvore haviam sido [esmagados] pelo trator.
145 - Veja como são [belas] as rosas e os lírios deste canteiro.
146 - Estava [deserta] a praça e o templo.
147 - Usava caneta e lápis [preto ou pretos].
148 - Manifestou [profundo] respeito e admiração.
149 - Manifestou respeito e admiração [profundos].
150 - Tinha [branca] a barba e o cabelo.
151 - O rapaz e o garoto eram [argentinos].
152 - Estavam [molhadas] as cortinas e os tapetes.
153 - O rapaz demonstrou [espantosa] coragem e sangue-frio.
154 - Tratava-se de moças e rapazes [evoluídos].
155 - Nunca me venderam [estragadas] maçãs e caqui.
156 - Serviu-nos salada e peixe [deliciosos].
157 - Mantenha os pés e as mãos sempre [limpas].
158 - Era [deserta] a vila, a casa, o templo.
159 - O garoto e as meninas avançaram [cautelosos].
160 - Eram [longos] os dias e as noites para os prisioneiros.
161 - Esse feirante me vendeu caqui e maçã [gostosos].
162 - Nunca me venderam [estragadas] maçãs e caqui.
163 - Trouxe do supermercado frutas e livro [encadernado].
164 - Sempre me ocorreram pensamentos e idéias [absurdas].
165 - Eliza foi sempre uma pessoa de amor e ódio [passageiros].
166 - Passávamos dia e noite muito [frios] na Suíça.
167 - Comeu peixe e laranja [madura].
168 – [Os dedos] indicador e médio estavam feridos.
169 – A professora e o aluno chegaram [apresados].

quarta-feira, 8 de julho de 2009

LENDAS (turmas 151 - 152 - 153 - Colégio Nossa Senhora de Fátima

BOITATÁ

O nome Boitatá é uma palavra de origem indígena,seu significado é:
boia = cobra,e atatá = fogo, uma grande Cobra, transparente que incandescia como se estivesse queimando por dentro.É um fogo de cor azul-amarelado, que não queima o mato seco e nem tampouco esquenta a água dos rios, o fogo simplesmente rola, gira, corre, arrebentando-se e finalmente apagando-se.

A LENDA:Há muito tempo atrás , uma noite se prorrogou muito parecendo que nunca mais haveria luz do dia.Uma noite escura como breu, sem estrelas, sem vento, e sem barulho dos bichos da florestas ,um grande silêncio.
Os homens viveram dentro de casa, a comida começava a faltar, a lenha para manter o fogão a cesso começava a faltar, os braseiros se apagando e era preciso poupar a lenha..

Naquela escuridão fechada era impossível, até para os mais experientes dos homens criados na floresta conseguir caminhar por ela.

A noite seguia sem ir embora.Na escuridão não se ouvia nada apenas um único canto ainda resistia era só o do Quero-Quero(espécie de Gavião),que de vez em quando cantava.Fora este pássaro, o silêncio predominava na aquela noite sem fim.

Os dias passando e começou a chover muito, os campos foram sendo inundados , as lagoas não mais suportavam a capacidade de água e transbordaram inundando tudo, apenas uma pequenas coroas(pequena porção de arreia que permanece no rio, semelhante a uma ilha)restaram .Muitos animais foram morrendo.

E uma grande cobra que vivia em repouso despertou, com fome, e passou a se alimentar dos olhos animais mortos,e a água foi baixando,e a cada hora mais olhos a cobra grande comia.

E a cada olho que a cobra comia ficava com um pouco da luz do ultimo dia que os bichos tinham visto no último dia de sol, antes da noite grande que caiu.
E devido a tanta luz que tinha ingerido, o seu corpo foi ficando transparente.

A grande cobra já era vista e temida na região bem antes de se tornar a terrível boitatá, quando a virão depois do acontecimento da noite não a conheceram mais e julgando que era outra, chamam-na, desde então, de boitatá.E muitas vezes a boitatá rondou as rancheiras, faminta .
E os homens, por curiosos,e com bastante medo olhavam pasmados, para aquele grande serpente, transparente clareando por onde passava.

Com o passar de algum tempo, a grande cobra temida por todos a boitatá morreu de fraqueza, porque os olhos comidos encheram-lhe o corpo mas não lhe deram sustância.E foi então que a luz que estava presa escapou e o sol apareceu de novo,foi aparecendo devagar,primeiro clareando,sumindo as estrelas com o clarear, os raios foram a parecendo, em fim a bola de fogo surgiu no céu ,era o Sol que voltava a cumprir sua função de fazer o dia.
Disponível em: . Acesso em: 8 jul. 2009.

A IARA

ou Mãe-D'água - figura mitológica difundida entre os indígenas e caboclos após o século XVII, de aculturação provavelmente européia e tendo suas raízes nas sereias. Loira e muito bonita, a mãe-d'água atrai os pescadores, ou quem quer que se aproxime de rio ou praia `a noite, e leva o pretendente a afogar-se em busca de diversão. Em algumas comunidades é reputada como protetora das águas e pescas. Sendo meio peixe e meio mulher, apresenta-se a pentear os cabelos, a cantar ou mesmo conversando com algum passante. Encantado e quase que sob efeito hipnótico, o pretenso parceiro mergulha nas profundezas da água, onde sufoca e morre.1

A Iara é uma bonita moça que vive na água, contam os índios. Dizem que é tão linda, que ninguém resiste ao seu encanto. Costuma cantar com uma voz tão doce, que atrai as pessoas. Quando se percebe, já é tarde. Ela arrasta a vítima para o fundo das águas. Os índios têm tanto medo da Iara, que, ao entardecer, evitam ficar perto dos lagos e dos rios. Receiam ser atraídos por ela.

Jaguarari era um moço índio. Ele era muito forte, tão forte como a onça. E se houvesse uma luta entre os dois, não sei quem sairia ganhando. Era, também, muito corajoso e os outros moços índios morriam de inveja. Os velhos gostavam dele, porque era bondoso. As moças, então, viviam elogiando sua elegância, sua força, sua ligeireza! É claro que ele se sentia feliz.
O índio Jaguarari gostava de remar e possuía uma canoa muito bonita. Mas bonita mesmo! Feita com todo o capricho. Quando ele passava, remando, as aves da beira do rio não fugiam, ao contrário, esticavam o pescoço o mais que podiam para vê-lo passar.
Para pescar e caçar não havia outro! Não tinha nem graça: enquanto os outros índios se cansavam, correndo pela selva atrás de algum bicho, Jaguarari caçava quantos queria. Depois, pedia aos jovens índios que o ajudassem a carregar os animais que havia caçado. E eles, embora tivessem inveja de Jaguarari, não conseguiam resistir ao seu pedido, tão grande era sua simpatia.
Como o moço era bondoso, ainda repartia os animais abatidos com os amigos, proibindo-os de contar aos outros índios quem os havia caçado...

Um dia, ele partiu bem cedo para a caça. Ia sozinho. A manhã estava linda. De toda parte, saíam gritos, pios, cantos, saudando o sol que transformava tudo em vida e alegria. O moço índio sentia-se mais feliz do que nunca e não parava de admirar as maravilhas que encontrava: as aves voando perto das águas tranqüilas do lago... O colorido das flores... As teias de aranha cobertas de orvalho, parecendo tecidas com fios de prata... Quanta beleza! Entusiasmado, ele resolveu passar o dia na floresta. Só voltaria à aldeia quando começasse a anoitecer. Queria aproveitar bem aquele dia maravilhoso. Foi entrando pela selva, até alcançar lugares que ainda não conhecia. Em tudo encontrava a mesma vida e a mesma beleza, que pareciam nascer da luz do sol.

Encontrou um lago muito bonito, o mais bonito que ele já havia visto. Tinha uma superfície tão calma e cristalina, que parecia ser de vidro. Não resistiu e resolveu dar um mergulho. Como sempre, as aves que se achavam nas margens não fugiram. Chegaram mais perto do lago, para ver melhor o moço índio.
Depois de se banhar demoradamente, deitou-se à beira do lago e ficou admirando a beleza do céu. Ficou assim horas, completamente esquecido do que pretendia fazer. Quando se lembrou, deu um salto, apanhou o arco, as flechas e partiu para a caça. Não queria caçar muito, pois estava longe de sua aldeia.
E ficou por ali, caçando, até sentir fome. Preparou e comeu uma das caças e, sentindo sono, deitou-se para descansar um pouco. Adormeceu profundamente. Quando despertou, viu que o dia já estava terminando. Apressou-se em voltar à aldeia.

Mal começou a andar, ouviu um canto que o deixou maravilhado. Nunca ouvira nada tão bonito, antes. Deixava longe o canto do uirapuru! Jaguarari, encantado, queria conhecer a ave que cantava assim, mas já era tarde. Precisava ir embora, mas era tão bonito! Poderia voltar outro dia... E não conseguia afastar-se.
Sem perceber, foi andando na direção da doce e mágica melodia. Afastando cipós e folhagens, sem ligar para o perigo que podia encontrar, foi seguindo como que puxado por uma corda invisível.
Não demorou muito, chegou, por outro caminho, ao lago onde havia nadado. E viu a Iara.
Era realmente a Iara. Tinha um rosto tão lindo, que o moço ficou impressionado.
Sempre atraído, ele já estava quase dentro da água. Lembrou-se, porém, do que os velhos costumavam contar sobre a Iara e se agarrou desesperadamente ao tronco de uma árvore, à beira do lago.

A Iara, que já o tinha visto antes, quando ele estava nadando, queria leva-lo para o fundo das águas. Como não gostava da luz do dia, esperara entardecer para atrair o moço com o seu canto.

Jaguarari, por ser forte, muito forte, conseguiu resistir, agarrado ao tronco da árvore. Depois, segurando os cipós que havia por perto, conseguiu afastar-se do lago. Percebeu, então, inúmeros animais e aves, paralisados pelo canto da Iara. Estavam tão hipnotizados, que nem perceberam a sua passagem.
Quando chegou à aldeia, sua mãe notou que ele estava diferente.
- Que aconteceu? - perguntou-lhe. Você foi atacado por alguma fera?
- Não, minha mãe. Nada me aconteceu.
- Mas você está tão esquisito! Nunca o vi assim!
- E apenas cansaço. Estive muito longe e precisei andar depressa, para que a noite não me pegasse na floresta.
- Ainda bem. Pensei que fosse coisa mais grave.

No dia seguinte, ele continuou preocupado e triste, bem diferente do que havia sido até então. Todos estranharam e queriam saber o que lhe havia acontecido. Muitos acreditavam que ele estava sendo vítima de Jurupari, o espirito do mal, pois o moço não ligava para mais nada. Apenas continuava a caçar e a pescar. Só que não trazia mais bichos e peixes, como antes. Agora, trazia apenas algum bichinho e dois ou três peixes, quando muito. Ele ficava a maior parte do tempo na beira do lago, para tornar a ver a Iara. Estava completamente enfeitiçado.
A Iara, porém, não aparecia mais. E o moço ficava ali, atento, procurando perceber algum movimento na água ou ouvir algumas notas de seu maravilhoso canto.
A mãe dele é que não conseguia descansar. Ficava à espera do filho e, todas as vezes que lhe perguntava o que estava acontecendo, a resposta era sempre a mesma:
- Nada. Apenas estou cansado.
Ele, que antes não gostava de ficar na floresta quando escurecia, voltava agora muitas horas depois de ter anoitecido. E, desde aquele dia, não aceitou mais a companhia de ninguém.

Os dias foram passando e cada vez Jaguarari parecia mais triste e desanimado. Tanto sua mãe insistiu, que, uma noite, ao voltar do lago, ele lhe contou:
- Vi a Iara, minha mãe. Num lago, bem dentro da floresta. É a moça mais linda que já me apareceu. Não existe outra igual. Seu canto é tão bonito, que não consigo esquecê-lo. Preciso vê-la outra vez e, novamente, ouvir a sua voz maravilhosa!
- A pobre mãe pôs-se a chorar:
- Fuja da Iara! - pediu-lhe. Ela conseguiu enfeitiçá-lo e você será morto, se não se afastar dela!
Ele foi para a rede, mas não pôde dormir. A lembrança do canto da Iara roubara-lhe o sono.
No dia seguinte, ouvindo o conselho da mãe, Jaguarari não saiu da aldeia. À medida, porém, que a tarde ia caindo, ele foi ficando impaciente. Não conseguia conter-se. Precisava ir até o lago! Como era tarde demais para atravessar a floresta, tomou uma canoa e começou a descer o rio. Os que estavam por perto pensaram que ele ia pescar.
De repente, um índio gritou:
- Ei, Jaguarari não estava sozinho? Pois agora não está mais! Vejam!
Ao longe, avistava-se Jaguarari de pé, na canoa, em companhia de uma moça. Era a Iara. Foi a última vez que alguém o viu.2


1. Sociedade e Cultural - Enciclopédia Compacta Brasil - Larousse Cultural - Nova Cultural - 1995
2. Texto extraído do livro Histórias e Lendas do Brasil (adaptado do texto original de Gonçalves Ribeiro). - São Paulo: APEL Editora, sem/data
Ilustrações de J. Lanzellotti
Disponível em: . Acesso em: 8 jul. 2009.

A MULA-SEM-CABEÇA

A Mula-sem-cabeça é uma antiga lenda dos povos da Península Ibérica, que foi trazida para a América pelos espanhóis e portugueses. Esta história também faz parte do folclore mexicano (conhecida como "Malora") e argentino (com o nome de Mula Anima). Pressupõem-se que este mito tenha nascido no século doze, época em que as mulas serviam de transporte para os padres.

No Brasil, a lenda disseminou-se por toda a região canavieira do Nordeste e em todo o interior do Sudeste. A Mula-sem-cabeça, representa uma espécie de lobisomem feminino, que assombra povoados onde existam casas rodeando uma igreja.

Segundo esta lenda, toda a mulher que mantivesse estreitas ligações amorosas com um padre, em castigo ao seu pecado (aos costumes e princípios da Igreja Católica), tornar-se-ia uma Mula-sem-cabeça. Esta história tem cunho moral religioso, ou seja, é uma repreensão sutil ao envolvimento amoroso com sacerdotes e também com compadres. Os compadres, eram tidos como pessoas da família, e qualquer tipo de relação mantida entre eles, era considerada incestuosa.

A metamorfose ocorreria na noite de quinta para sexta-feira, quando a mulher, em corpo de mula-sem-cabeça, corre veloz e desenfreadamente até o terceiro cantar do galo, quando, encontrando-se exaurida e, algumas vezes ferida, retorna a sua normalidade. Homens ou animais que ficarem em seu trajeto seriam despedaçados pelas violentas patas. Ao visualizar a Mula-sem-cabeça, deve-se deitar de bruços no chão e esconde-se "unhas e dentes" para não ser atacado.

Dizem também, que se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece.

A mula-sem-cabeça também é conhecida como a burrinha-do-padre, ou simplesmente burrinha.

A Mula-sem-cabeça, possuiria as seguintes características:

1. Apresenta a cor marrom ou preta.
2. Desprovida de cabeça e em seu lugar apenas fogo.
3. Seus cascos ou ferraduras podem ser de aço ou prata.
4. Seu relincho é muito alto que pode ser ouvido por muitos metros, e é comum a ouvir soluçar como um ser humano.
5. Ela costuma aparecer na madrugada de quinta/sexta, principalmente se for noite de Lua Cheia.
6. Segundo relatos,felizmente existem maneiras de acabar com o encantamento que fez a mulher virar Mula-Sem-Cabeça, uma delas consiste em uma pessoa arrancar o cabresto que ela possui, outra forma é furá-la, com algum objeto pontiagudo tirando sangue (como um alfinete virgem). Outra maneira de evitar o encantamento é de que o amante (padre) a amaldiçoe sete vezes antes de celebrar a missa.

Para se descobrir se a mulher é amante do padre, lança-se ao fogo um ovo enrolado em linha com o nome dela e reza-se por três vezes a seguinte oração:


"A mulher do padre

Não ouve missa

Nem atrás dela.

Há quem fique ...

Como isso é verdade,

assa o ovo

e a linha fica..."

SIMBOLISMO

A Mula-sem-cabeça é oriunda do lado sombrio do inconsciente coletivo, seria talvez, o próprio arquetípico das criaturas que povoam as florestas, representando as camadas profundas do inconsciente e do instinto. Assim como o lobo, a mula-sem-cabeça aqui, nos induz ao desencadeamento dos instintos selvagens. Sob a influência do moralismo judaico-cristão, esta tendência se ampliou e levou ao horror da caça às bruxas e da Inquisição. Os relatórios dos "processos" de feitiçaria contêm obras-primas de animalidade mais crassa.

O animal representado nesta lenda, nos faz alusão então, uma valorização negativa, o conjunto de forças profundas que animam o ser humano e, em primeiro lugar, o libido (tomado em sua significação sexual), que desde a Idade Média se identifica principalmente com o cavalo, ou em nosso caso, com a mula.

O animal já aparece não portando a cabeça, tal fenômeno, pode ser entendido em sentido metafórico como ausência de razão e da própria consciência, predomínio, portanto, das paixões, dos impulsos sexuais de imediato atendidos, do domínio do inconsciente pessoal e coletivo.

A Mula-sem-cabeça é uma mulher amaldiçoada, pecaminosa, que teve o atrevimento de desejar o santo padre, representante de Deus e Cristo na terra. Este relato nos faz repensar no quanto os homens da Igreja, daquela época (Idade Média) tinham medo do poder feminino de sedução. Tais medos, os levaram a atitudes de desespero, que os fizeram a abster-se de qualquer contato com o sexo oposto, além de fantasiarem e criarem assombrações para incutir maior receio.

O que fica de lição desta lenda é que todos nós devemos nos integrar com nossos instintos. "O animal, que no homem é sua psique instintual, pode tornar-se perigoso quando não é conhecido e integrado à vida do indivíduo. A aceitação da alma animal é a condição para a unificação do indivíduo e para a plenitude de seu desabrochar."

Cada animal, simbolicamente faz eco à natureza profunda do ser humano.

Bibliografia:
Lendas do Rio Grande do Sul - Publicação n. 7 da Comissão Estadual do Folclore do Rio Grande do sul
Lendas do Sul - J, Simões Lopes Neto
Lendas do Rio Grande do Sul - Dante de Laytano

O CURUPIRA, O DUENDE "ECOLÓGICO"

Curupira, de "curu", abreviação de "curumi" e "pora", corpo ou corpo de menino. É a "Mãe do Mato", o tutor da floresta, que se torna benéfico ou maléfico aos freqüentadores desta, segundo as circunstâncias e o seu procedimento.

Ele possui várias formas apresentando-se através de uma figura de um menino de cabelos vermelhos, peludo, com a particularidade de ter os pés virados para trás (no rio Negro); ser privado de órgãos sexuais (Pará); com dentes azuis ou verdes e orelhudo (rio Solimões).

Sob sua guarda direta está a caça e é sempre propício ao caçador que mate de acordo com suas necessidades. Mostra-se extremamente hostil ao que persegue e mata as fêmeas quando prenhas ou cause danos aos filhotes. Para estes o curupira é inimigo terrível. Consegue iludi-los sob a feição de caça e deixa-os no mato à fome e desamparo. Esta entidade é capaz de imitar a voz humana para atrair os caçadores, fazendo-os com que se percam dentro da floresta.

Além de ser protetor dos animais, o Curupiraé considerado o Senhor das Árvores.

Entre os mitos indígenas, o Curupira é incontestavelmente o mais antigo, companheiro inseparável das crenças populares, de onde se admite a possibilidade de ser verdadeiramente indígena, senão antes legado pela população primitiva que habitou o Brasil no período pré-colombiano e que descendia dos invasores asiáticos. Por esta hipótese, teria passado dos Nauas aos Caraibas e destes aos Tupis e Guaranis. De sua existência há notícia nos primeiros cronistas da nossa formação, em Anchieta (1560), Fernão Cardim (1584), Laet (1640) e Acuña (1641).

Todos lhe celebraram as manifestações como guardião das florestas. Fatores naturais do tempo e do espaço se encarregaram de modificá-lo pouco a pouco. Assim, atravessando épocas e geografias, o Curupira foi sofrendo inevitáveis influências do meio por onde se estendeu, adquirindo novas feições e ganhando novos atributos. Para crença em geral, ele o Senhor, a Mãe, o Guardião das florestas e da caça, que castiga a todo aquele que a destrói, premiando a aqueles que não o contrariam ou se mostram solícitos e obedientes.

O Curupira, ora é imperioso e brutal, ora é delicado e compassivo, ora não admite desrespeito ou desobediência, ora se deixa iludir como uma criança. Em cada região adquiri um tipo característico, quando varia o lugar. Segundo uma crença generalizada, é o responsável pelos estrondos da floresta. Armado com um casco de jaboti, bate nas árvores para ver se conservam-se fortes para resistir as tempestades.

No Alto Amazonas, porém, bate é o calcanhar.

Tão variadas são as suas metamorfoses, que não é difícil vê-lo tomar a forma feminina e mesmo, a dos dois sexos, que lhe dá uma aparência andrógina. O Curupira, entretanto, sob qualquer aspecto que se apresente, sempre tem os pés voltados para trás, que são indícios para filiá-lo ao berço semítico, o qual nos refere a uma crença corrente na Ásia em "Homens com pés voltados para trás", bem como os que tinham "orelhas grandes" eram comuns.

Transplantada para solo americano, esta crença foi se modificando ao sabor das circunstâncias. Assim é que vemos surgir o Curupira sob diferentes nomes: o "Maguare", na Venezuela; o "Selvaje", na Colômbia; o "Chudiachaque", no Peru; o "Kaná", na Bolívia. Como se vê, inúmeras são suas metamorfoses e designações, conforme testemunhos e fatos colhidos na história.

Quando Curupira entra no Maranhão, não muda de nome, mas mora no galho dos Tucunzeiros e procura as margens do rio para pedir fumo aos canoeiros e vira-lhes as canoas quando não lhe dão, fazendo as mesmas correrias pelos matos onde tem as mesmas formas com que se apresenta na Amazônia. Atravessando pelo Rio Grande do Norte e pela Paraíba, toma então o nome de Caapora. Conta-se que tornou-se inimigos dos cães de caça. Obriga-os a correr atrás dele, para fazer com que os caçadores o sigam, mas desaparece de repente, deixando os cães tontos e os caçadores perdidos. Nestes locais anda sempre à cavalo, ou montando um veado ou um coelho.

Em algumas ocasiões, foi descrito como um índio de pele escura, nu, ágil, fumando cachimbo e que adora fumo e cachaça, dominando com seus assobios os animais da mata. Indo o caçador munido de fumo e encontrando o Caapora, se este pedir-lhe e for satisfeito, pode contar que será daí em diante feliz na caça. Por outro lado, o que mais detesta é o alho e a pimenta, capaz de provocar-lhe cólera.

No Ceará conserva o nome de Caapora, porém muda novamente seu aspecto, perde todo o pelos do corpo, que se transforma numa enorme cabeleira vermelha, apresentando também dentes afiados.

O Caapora não é senão um prolongamento do Curupira.

Em Pernambuco lá está ele com suas características. Montado em uma queixada, tem nas mãos um galho de iapekanga ou arco e flecha, trazendo consigo sempre um cão a que dão o nome de "Papa-mel". Em uma carta de 1560, o padre José de Anchieta inclui esse duende entre as aparições noturnas que costumam assustar os índios.

Para o sacerdote, que entre nós esteve quando o Brasil amanhecia, o Curupira, muitas vezes, atacava os índios nos bosques, açoitando-os, atormentando-os e matando-os. Os índios costumavam deixar penas de aves, flechas e outras coisas semelhantes, em algum ponto da estrada do sertão, quando passavam por lá, como se fosse uma oferenda e, humildemente imploravam a esse personagem, que não lhes fizesse mal.

Em Sergipe, mostra-se sempre gaiato e, brincando faz o viajante rir até cair morto. Por isso talvez, que ele é venerado como "espírito cômico". Passando pela Bahia, sofre aí uma transformações completa e não só muda de nome como de sexo, aparecendo sob a forma de "caiçara", cabocla pequena, quase anã, que anda montada num porco.

O Curupira e o Caapora constituem a mesma personificação do guardião das florestas, sendo o primeiro peculiar da região setentrional e o segundo da central e meridional.

As lendas e histórias dos seres encantados brasileiros, são entre todas, as mais lindas, pois sempre tiveram um cunho de ingenuidade. Na fala simples do nosso índio, elas foram passando de geração para geração, mas sem perder seu sabor regional e seu conteúdo. Sofreram algumas variantes, quando foram passando de boca em boca, contadas pelos seringueiros, caboclos e portugueses, mais ainda hoje, possuem um sentido especial e são narradas com a maior seriedade.

O Saci-Pererê é uma lenda do folclore brasileiro e originou-se entre as tribos indígenas do sul do Brasil.

O saci possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e sempre está com um cachimbo na boca.
Inicialmente, o saci era retratado como um curumim endiabrado, com duas pernas, cor morena, além de possuir um rabo típico.

Com a influência da mitologia africana, o saci se transformou em um negrinho que perdeu a perna lutando capoeira, além disso, herdou o pito, uma espécie de cachimbo e ganhou da mitologia européia, um gorrinho vermelho.
A principal característica do saci é a travessura, muito brincalhão ele se diverte com os animais e com as pessoas, muito moleque ele acaba causando transtornos como: fazer o feijão queimar, esconder objetos, jogar os dedais das costureiras em buracos e etc.

Segundo a lenda, o Saci está nos redemoinhos de vento e pode ser capturado jogando uma peneira sobre os redemoinhos.
Após a captura, deve-se retirar o capuz da criatura para garantir sua obediência e prendê-lo em uma garrafa.
Diz também a lenda, que os Sacis nascem em brotos de bambus, nestes eles vivem sete anos e após esse tempo, vivem mais setenta e sete para atentar a vida dos humanos e animais, depois morrem e viram um cogumelo venenoso ou uma orelha de pau.

O SACI-PERERÊ, O DUENDE mais popular do BRASIL

Saci é o duende mais popular do Brasil. Sua lenda ocorre no Sul, no Centro e no Norte do Brasil.

Gozando da faculdade de se transformar, como todos os personagens elementais, ora é visto sob a forma de um pequeno tapuio, sozinho ou acompanhado por uma horrível megera, ora como um negrinho unípede, de barrete vermelho que aparecia aos viajantes extraviados na floresta, mas pode ainda, aparecer disfarçado de uma ave. Na maioria das lendas Tupis, o Saci é encontrado na forma de um pássaro. Distingue-se pelo canto, que consiste em duas sílabas: "sa-cim".

O cântico dos pássaros sempre esteve ligado ao fato da crença greco-romana dos augúrios que se julgava poder tirar-se da aparição, do vôo ou do canto das aves.

Quando os Tapuias ouviam o canto do Saci, os velhos o esconjuravam, as crianças procuravam o aconchego do colo de suas mães, os pais tremem, mas não negam o fumo que espalham pelas cercas dos quintais, para que o Saci se cale e se retire, levando com que satisfazer o vício de fumar.

LENDA DA ORIGEM INDÍGENA DO SACI

Um tuixaua tinha dois filhos. O tio odiava os sobrinhos e convidou-os para ajudá-lo em uma derrubada de árvores para fazer um plantio. Os dois sobrinhos aceitaram.

Chegando na floresta, o tio embriagou os jovens e os assassinou por pura maldade.

Depois um dos assassinados perguntou ao outro:

-"Eu tive um sonho muito estranho e tu o que sonhaste?"

-"Sonhei, diz o outro, que nos lavávamos com carajuru".

-"O mesmo sonhei eu".

E resolveram voltar para a casa da avó. Vendo-os, a velha já ia aquecer o jantar, mas os dois netos disseram:

-"Ah! nossa avó, nós não somos mais gente, e sim só espíritos. Assim, sendo, nós teremos que te deixar, mas quando ouvires cantar: Tincauan...Tincauan!...foge para casa. Mas quando cantarmos: Ti....Ti...Ti...., então nos reconhecerás.

Ficaram os jovens, desde então, mudados em dois pássaros de agouro, de mistério e de morte. Um é Saci, o outro é o Matintaperera. Ambos nascidos de uma tragédia, só espalham desgraças e semeiam pavores.

Impondo-se à crendice popular como um pássaro possuído pelo demônio, o Saci, adquiriu feições de gente e à noite vagueava pelas estradas, cantando e assobiando.

Contam que nos tempos coloniais, quando se avistava uma moça magra, triste, pálida, logo diziam:

- "Isso é obra de Saci", porque, segundo os velhos colonos, as moças se apaixonavam por ele, sendo a morte a conseqüência inevitável desta paixão. Daí as quadrinhas consagradas no folclore popular:

"Menina, minha menina,

Quem te fez tão triste assim?

De certo foi Saci

Que flor te fez do seu jardim."

Sua imagem e sua lenda, sofreram transformações quando em contato com elementos africanos e europeus. Suas características comportaram muitas variantes. Cada qual o vê a seu modo. De suas diabruras foram narradas coisas espantosas. Não se têm conta do número de molecagens e sortilégios que o diabinho infantil praticou. À noite dava nó na crina dos cavalos, roubava os ninhos das galinhas, cuspia nas panelas quando a cozinheira era preta, deixava as porteiras abertas, assobiava como o vento nas janelas e nas portas, etc.

O cavalo era uma das suas vítimas preferidas. Segundo a crendice popular, o Saci corre as pastagens, lança um cipó no animal escolhido e nunca errou, trança-lhe a crina para amarrar com ela o estribo e, de um salto, ei-lo montado. O cavalo toma-se de pânico e deita a corcovear campo a fora, enquanto o Saci lhe finca o dente no pescoço e chupa seu sangue.

Uma curiosidade em relação ao Saci-Pererê é que ele pode tornar-se invisível com o uso do sua carapuça vermelha. Contam alguns, que onde se forma um redemoinho de vento que levanta muito poeira (pé de vento), é certo que dentro dele há um Saci. Para capturá-lo, deve-se jogar dentro dele um rosário ou uma peneira. Todo o Saci, como todo o diabinho, tem horror de cruz. Já outros, afirmam que ele usa um barrete feito de marrequinhas (flores da corticeira) e é o Saci que governa as moscas importunas, as mutucas e os mosquitos.

Mas porque nosso Saci tem uma perna só?

O Saci é considerado um fiel representante de um período social da história do Brasil: a época da escravidão. Portanto, não é por acaso que o Saci apresenta-se com uma perna só, pois todos os escravos fugidos que eram recapturados passavam por muitas torturas e muitas vezes eram esquartejados. O Saci retrata este negro escravo em sua luta contra o dominador e o discriminador. A falta da perna não é só metáfora, mas sim algo que realmente acontecia nesta época e passou para o folclore a partir das amas negras, ao contarem suas estórias para embalar os sonhos das crianças brancas.

Com o passar do tempo, a imagem do Saci rebelde e desordeiro, foi amenizada, forçosamente controlada e passou então para estória brasileira como um símbolo nacional, um mestiço que une classes sociais e as etnias. Mas sabemos que a verdade não é bem essa....!

O valioso livro "Contos Populares" de Lindolfo Gomes, conta-nos um curioso caso, em que domina o Saci. E, das eruditas notas explicativas, transcrevemos:

"A respeito do Saci, há uns que afirmam ser um negrinho de uma banda, ou de uma perna só, gênio em alguns casos benfazejo e protetor e em outros, perverso e malfazejo, que vaga à noite pelas estradas a perseguir os viajantes ou penetrar nos lares para praticar toda a sorte de malefícios e acender seu cachimbo, sempre armado de um cacetinho, pronto a descarregá-lo no lombo alheio. Já para outros, o Saci é um passarinho cabuloso e maléfico. Percebe-se logo que este mito saci foi com o decorrer dos tempos se ampliando de elementos míticos estranhos, como por exemplo, os da Escócia, com os quis, segundo Ramiz Galvão, muito se assemelha o "Trilby", do conto de Nodier e o diabrete "Robin", de que nos fala Shaskespeare, ora tão prestativo e ora tão perverso para com a gente da casa em que se instala."

Há também ainda, quem lhe pinte com feições mais perversas, descrevendo-o como o "terror dos caçadores", que salta à garupa dos cavaleiros, chibatando-os e torturando-os.

Foi Monteiro Lobato em seu livro "O Saci", quem mais popularizou este personagem, como uma entidade travessa. Conta-nos que ele nascia em um local da floresta conhecida como "sacizeiros", constituída de bambuzais. Desse local só sairá quando completar 7 anos e viverá até os 77.

Mas mesmo Lobato não conseguiu com sua obra apagar os traços estigmatizantes do Saci, pois a mentalidade da escravidão ainda era muito forte. Tais marcas só desaparecem bem mais tarde, quando a indústria cultural consegue domesticar o Saci e torná-lo tão somente um molequinho arteiro, que perdeu seus poderes mágicos e sua agressividade.

Serão suas travessura que lhe garantirão popularidade em todo o País e fora dele também. Conheça um pouco da sua estória....

O SACI E A PERNA DE PAU

Conta-se que numa noite, há muito tempo atrás, em que outros homens se divertiam jogando e bebendo, um deles, chamado Felício, resolveu dar umas voltar e se deliciar com o luar. Sentou-se num grosso tronco de ipê, a beira do riacho e começou a preparar um "pito". Foi quando ouviu uma vozinha:

- "Moço, tem um pouco de fumo aí?".

Pensando que fosse um de seus amigos, virou-se para responder, quando deu com o Saci. Ele lhe sorria segurando um cachimbinho vazio.

Felício, ficou branco, depois verde, um arco-íris de cores, tamanho foi seu susto. Quis gritar, mas sua voz sumiu por encanto, ou medo mesmo. O Saci chegou mais perto e disse:

- "Não tenha medo, meu amigo. Só quero um pouco de fumo."

Felício faz um esforço danado e tira do bolso um pedaço de fumo.

- "Aqui está!". Diz ele ao Saci, mal conseguindo balbuciar as palavras.

- "Assim não serve. Respondeu o diabinho. "Tem que ser picado, pois não tenho canivete".

Com medo de irritar o Saci, o pobre homem tratou de fazer rapidinho o que ele lhe pediu. Depois, com muito sacrifício, Felício deu o fumo ao Saci.

- "Encha o pito!"

- "Agora acenda!". Ordenou ele.

O Saci passou então, a dar baforadas de satisfação. Passados alguns minutos, o danadinho chegou mais perto e perguntou a Felício o que estava fazendo tão longe de casa. Felício explicou então que trabalhava com madeiras e foi contando sua história... No final o Saci deu uma grande risada e disse:

- "Madeira, não é mesmo? Pois é justamente o que eu estava procurando..."

- "Mas para que?" Pergunta Felício.

- "Olhe, pois vou lhe confessar uma coisa, as vezes tenho muita vontade de ser como as outras pessoas e ter duas pernas, entende?

- "Ah!". Respondeu, compreendendo a intenção do Saci. "Você quer que eu lhe faça uma perna de pau, não é mesmo?"

- "Pois é isso mesmo e te darei três dias para que esteja pronta, senão não darei sossego a você e seus companheiros!" Em seguida saiu pulando e sumiu no meio do mato.

Felício voltou ao seu barracão e contou aos companheiros o acontecido. Uns acreditaram ,outros acharam que tinha bebido demais.. Até que Felício acabou esquecendo o caso. No terceiro dia, conforme prometido, quando os homens estavam em pleno trabalho, eis que um menino de gorro vermelho surgi à porta do barracão. Quando deram com ele..vocês nem podem imaginar..uns empurravam os outros, caiam, levantavam-se e acabaram saindo todos pela abertura da janela. Apenas Felício ficou lá, estarrecido! Daí perguntou:

- "O que você quer?"

- "Ora, ora. Então não sabe? Vim buscar minha perna de pau, lembra-se? Não vá dizer que ainda não está pronta?"

Felício gaguejou, atrapalhou-se todo até que consegui dizer que ainda não estava pronta. O Saci xingou, esbravejou, mas acabou indo embora com a promessa que tudo estaria pronto dentro de mais três dias.

Felício saiu atrás dos homens. Gritou um tempão até conseguir reunir todos. Eles não queriam ficar mais no barracão. Não queriam nada com o Saci. Ajudar a fazer a perna dele? Nem sonhando! Mas acabaram concordando, pois era a única maneira de se livrar do diabinho.

Trabalharam com afinco. No dia marcado, o Saci voltou e ficou muito contente. Todos suspiraram aliviados. Mas pensam que a estória acaba assim? Que nada! Ele falou que desejava uma perna para cada Saci de sua família. Não esperou resposta, deu um assobio e logo o barracão ficou cheio de sacis. É claro que Felício ficou sozinho! Não vendo outra saída, ele concordou em fazer as pernas de pau, mas ia levar anos. Quis saber então quais os Sacis que iam ser atendidos primeiro. Aí sim o tumulto foi grande, ninguém queria ser o último.

Foi quando Felício teve uma idéia. Ele viu uma enorme arca que haviam trazido para deixar no rancho e mentalmente resolveu a situação.

Dirigiu-se ao Saci-chefe:

- "O melhor modo de resolver quais serão os primeiros é este..." Pegou um punhado de feijão e esparramou no fundo da arca. Depois disse que quem pegasse mais grãos seriam os primeiros. Todos os Sacis concordaram e mergulharam na arca. Mas Felício havia esquecido do Saci-chefe. Foi quando então tirou-lhe da mão a perna de pau e atirou-a dentro da arca. O Saci nem piscou e também se jogou dentro da arca. O Felício então fechou-a. Chamou os homens e levaram a arca o mais longe possível. Desde então nenhum Saci apareceu mais por aquelas bandas.

Lendas sobre o Saci são encontradas no Sul, Centro e Norte do País.

O folclore teceu em torno dessa personalidade mítica inúmeros recontos.

Saci é um duende cheio de malícia brejeira, uma eterna criança negra com muitos sonhos de liberdade, que hoje deixa muitas saudades...

Texto pesquisado e desenvolvido por Rosane Volpatto. Disponível em: . Acesso em: 8 jul. 2009.

A LENDA DA SALAMANCA DO JARAU (Lenda Gaúcha)


Há muitos séculos, quando caiu o último reduto árabe na Espanha, os mouros foram obrigados a fugir e acabaram aportando no sul do Brasil. Trouxeram consigo uma jovem princesa, transformada por magia, em uma enrugada velhinha, a fim que não fosse reconhecida e aprisionada.

Logo de chegada, deram com o Anhangá-pitã, o demônio dos índios. Contaram-lhe toda a história e o diabo resolveu ajudá-los. Deste dia em diante, a linda princesa passou a ser uma salamandra com a cabeça de pedra brilhante ou "Teiniaguá" e viveria em uma lagoa no morro do Jarau.

Mas eis que um dia, um moço sacristão que morava atrás da Igreja da aldeia, assoleado com o calor veio até a lagoa, com o intuito refrescar-se. Assustou-se ao verificar que a água fervia, feito chaleira quente e, de repente no meio dela surgiu a própria Teiniaguá. Ficou pálido de medo, pois sabia que tal bicho tinha parte com o diabo, mas sabia também, tratar-se de uma linda princesa moura jamais tocada pelo homem e aquele que conseguisse conquistar seu amor, seria feliz para sempre.

Num gesto rápido, o sacristão agarrou-a, colocou-a dentro de uma guampa e encaminhou-se às pressas para os seus aposentos atrás da Igreja. À noite ao descobrir a guampa, eis que se opera um milagre, a Teiniaguá tinha voltado a ser princesa e lhe sorriu pedindo-lhe um pouco de vinho. Louco de paixão, correu até a sacristia e roubou o vinho do padre. Todas as noites era a mesma coisa, uma romaria até a Igreja na busca do vinho, até que os padres começaram a desconfiar do sumiço inexplicável da bebida e invadiram o quarto do moço. A princesa tomada de susto, transformou-se em Teiniagá e fugiu para as barrancas do Uruguai e, o sacristão, coitado, acabou preso.

Um crime tão terrível, roubar o vinho sagrado de Deus, só poderia ter uma pena à sua altura, e o moço foi condenado a morte no garrote vil.

No dia da execução, toda a aldeia reuniu-se em torno da Igreja. Teiniaguá sentiu um aperto no coração, pressentindo que algo ruim estava para acontecer. Se utilizando de magia, começou a procurar o seu amado, abrindo sulcos na terra, até chegar à igreja, no momento em que lhe foi possível interromper o garrotear do sacristão. Se ouve a seguir, um estrondo muito grande, que produziu muito fogo fumaça e tudo afundou.

A princesa conseguiu salvar seu amado, mas os dois ficaram confinados a uma caverna muito funda e comprida no Cerro do Jarau e só se libertariam de tal encantamento, quando surgisse alguém capaz de vencer todas as provas de coragem e, depois de realizar um desejo que lhe seria concedido, desistir dele.

Duzentos anos se passaram sem que ninguém tenha conseguido quebrar o encanto. Até que em uma tarde linda de primavera, campeando o gado, Blau chega à furna de Jarau. Conhecia a lenda, pois sua avó charrua já tinha lhe assoprado no ouvido quando era criança. Sendo assim, foi entrando. Saudou o antigo sacristão das Missões e submeteu-se a todas as provas de coragem sem pestanejar. Ao término delas, foi levado à presença da salamandra encantada, que alertou-o sobre o consentimento de um desejo.

A resposta do gaúcho a espantou:

- "Não desejo nada"

A princesa ficou cabisbaixa e desiludida, pois necessitava que ele aceitasse algo para que pudesse desistir depois, tal qual rezava uma parte do encantamento.

Quando o gaúcho montava seu cavalo para ir embora, o sacristão alcançou-lhe uma moeda de ouro como lembrança de sua estada. Sendo assim, não podia fazer desfeita e colocou-a no bolso.

Durante muitos dias, Blau nem lembrou mais do acontecido e até tinha esquecido da tal moeda. Então, lhe apareceu um bom negócio, um amigo queria desistir de criar gado e dizia-se interessado em vendê-los. Foi quando puxou a guaiaca e lembrou-se da moeda. Todos os bois não poderia comprar, mas que sabe um? Retirou a primeira moeda, mas pelo peso percebeu que havia mais e saiu então uma segunda...uma terceira... e assim de uma em uma, conseguiu as moedas necessárias para efetivar a compra.

O amigo surpreso, tratou de espalhar a notícia. E todos ficaram estarrecidos, pois Blau era um gaúcho pobre, que não tinha "eira nem beira", de onde teria vindo tanta riqueza? Todo mundo sabe, que boato é que nem fogo, quando pega, ninguém segura, de ouvido em ouvido cogitava-se que o homem tinha feito um pacto com o diabo. Depois que correu a fama, ninguém mais quis vender-lhe nada. Tinha gente que se desviava quilômetros só para não encontrá-lo.

O gaúcho começou a sentir saudade de sua vida de antes. Algum tempo depois, não agüentou mais. Só tinha um modo de consertar tudo, era devolver a moeda mágica. Foi exatamente o que tratou de fazer. Partiu então decidido.

Chegando à entrada da gruta, contou toda a sua estória ao sacristão, depois pegou a moeda, colocando-a na mão do homem, dizendo:

- Eis aqui sua moeda. Agradeço-lhe o presente, mas não preciso dele. Rico eu era dono de alguma coisa, mas como pobre recebo de herança o mundo.

O encantamento foi quebrado com uma grande explosão. Das furnas saíram os dois condenados, transformados em um belo par de jovens. Casaram-se e trouxeram descendência indígeno-ibérica aos povoados do Rio Grande do Sul.

Eu agradeço a Salamanca do Jarau
Por me ensinar o que aprendeu com “velho” Blau:
Com ALMA FORTE e SERENO CORAÇÃO
Achei meu rumo pra sair da escuridão.
Vi uma luz no ritual do Chimarrão,
E descobri que é a Cordialidade
Que nos conduz à real felicidade.

Avante, cavaleiro mirim!
Em frente, veterano peão!
Lado a lado, prenda e prendinha!
Todos juntos dando a mão.
Avante, seguindo os avós!
Em frente, trazendo os piás!
Coisa linda é se ver gerações
Convivendo em santa paz.
E dá uma gana de sair dançando, ou gritando com força juvenil:

“Viva a TRADIÇÃO GAÚCHA
dos campeiros do Brasil” (Luiz Carlos Barbosa Lessa)

Na lenda da "Salamanca do Jarau", visualiza-se um motivo mítico, incrustado na tradição: a atração que exerce a mulher sobre o homem, quando esta, apresenta-se metamorfoseada em um animal e sob o total domínio de seu instinto. Deste modo, ela age como fêmea, mulher demoníaca, recusando-se a dar expressão às considerações humanas. O personagem Blau, por sua vez, representa num só paradigma as características essenciais do gaúcho e é o elemento que assegura a ultrapassagem regionalista para alcançar o território da universalidade.

O imaginário gaúcho apresenta sempre temas contrastantes, decorrentes da miscigenação de raças e tradições que aqui foram chegando. Ao contrário do pensamento da maioria, o sul (Rio Grande do Sul), sempre acreditou na magia da diversidade cultural e apostou nela. Seus contos, lendas ou músicas, retratam um pouco das atividades, sentimentos e caráter de cada um destes povos.

As tradições de cunho regionalistas, aqui cristalizadas, são as expressões máximas dos diversos mundos espalhados pelo mundo, por isso serem elas tão enriquecedoras.

O cavaleiro gaúcho viveu sua época dourada no final do século XIX, junto com o surgimento da literatura romântica, portanto a formação deste mito é bem recente. O símbolo do gaúcho representa uma imagem sem definição e que transcende o seu significado e seu mito exprime uma experiência que todos nós gostaríamos de viver.

O cavaleiro gaúcho é um arquétipo universal: é um homem honrado, honesto, hospitaleiro, amigo de todas as horas, audacioso e corajoso. Ele, como se observa, possui os mesmos atributos que o cavaleiro medieval. Entretanto, este herói mítico vive num mundo só seu, gauderiando os pampas, livre, leve e solto, deixando-se carregar pelo vento minuano, que assobia e assopra nas verdejantes coxilhas. Vivendo de acordo com suas próprias regras, conforme o famoso poema:


"Quem é gaúcho de lei,

E bom de guasca de verdade,

Ama, acima de tudo,

O bom Sol da liberdade.

Nos campos da minha terra,

Sou gaúcho sem patrão;

De a cavalo, bem armado,

Minha lei é o coração."

(Meyer, p.37)

Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto
Bibliografia:
Lendas do Sul - J. Simões Lopes Neto; Martins Livreiro Editor; 2000
Cultura Cívica Brasileira - Gonçalves Ribeiro
Disponível em: . Acesso em: 8 jul. 2009.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Temas de Redação - Colégio Fátima - 231

UFSM: Vestibular 2009 e Peies – Coperves divulga temas das provas de redação

16/01/09 15:01:50

Em entrevista coletiva realizada às 15h desta sexta-feira (06/01), o professor Orlando Fonseca, que faz parte da Comissão Permanente do Vestibular (Coperves), divulgou o tema da prova de redação do Programa de Ingresso ao Ensino Superior (Peies 2008) e do Vestibular 2009.


Transcrição da prova de redação do Peies 2008:


Quem é meu herói?


Será o Super-Homem, ou a Mulher-Maravilha? Será Che Guevara, ou Mahatma Ghandi? Quem sabe Madre Tereza de Calcutá, ou John Lennon?


Na verdade, é _____________________________________

(Preencha com o nome do seu herói, que pode ser um desses ou outro, à sua escolha.)


Escreva um texto justificando a sua escolha e respondendo às perguntas: O que vocês (você e seu herói) fariam de positivo pela humanidade, se tivessem a oportunidade de agir juntos? Com que objetivos? Qual seria o resultado esperado?


Sua dissertação deve ter 25 linhas, no máximo, e 15 linhas, no mínimo. Não se esqueça de dar um título ao seu texto.


Transcrição da prova de redação do Vestibular 2009:


Você tem fome de quê?


Bem-aventurados os que têm fome de justiça, porque eles serão fartos.

Evangelho segundo S. Mateus, cap. 5, vers. 6.


O consumo consciente visa a transformar o ato de consumir em um ato de cidadania. Em adição ao bem-estar pessoal, o consumidor consciente considera, em suas escolhas de consumo, as possibilidades ambientais e as necessidades sociais.

Instituto Akatu pelo Consumo Consciente – http://www.akatu.com.br.


A gente não quer só comida

A gente quer comida

Diversão e arte

“Comida”: Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto.


Elabore um texto dissertativo que responda à pergunta inicial, tomando como referência uma ou mais de uma das citações acima. Use suas próprias palavras para apresentar sua opinião. Sua redação deve ter, no máximo, 25 linhas e, no mínimo, 15 linhas. Dê um título ao seu texto.

Faça uma redação para o dia 19/03/2009 e outra para 26/03/2009.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Trabalho da turma 181 e 182 do Fátima (26/02/2009)

O texto encontra-se neste link: http://books.google.com.br/books?id=EmnfQg2r63cC&pg=PA65&lpg=PA65&dq=toda+a+sujeira+da+corte+o+banho+%C3%A9+um+antigo+h%C3%A1bito+do&source=bl&ots=cbNEpHXxhZ&sig=FEkvMPquJlX4DGCBlgGNTW6mZ40&hl=pt-BR&ei=xfOmSbqTM6GbtweErYTnDw&sa=X&oi=book_result&resnum=1&ct=result#PPA67,M1


Em breve estará aqui também.

Bom trabalho.


Bjão no <3

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

TEMA DE REDAÇÃO - Col. Fátima - TURMA 231 (26/02/2009)

TEMA 1

OS DESENCONTROS DO AMOR

• INSTRUÇÕES:

• Leia atentamente os textos, refletindo sobre as propostas feitas a si mesmo, depois de uma forte desilusão amorosa. Procure escrever um texto DISSERTATIVO interessante, evitando a autopiedade e valorizando o que você aprendeu com o fato.

TEXTO 1

PEQUENO CONCERTO QUE VIROU CANÇÃO

Não, não há por que mentir ou esconder
A dor que foi maior do que é capaz meu coração
Não, nem há por que seguir cantando só para explicar
Não vai nunca entender de amor quem nunca soube amar
Ah, eu vou voltar pra mim
Seguir sozinho assim
Até me consumir ou consumir toda essa dor
Até sentir de novo o coração capaz de amor

VANDRÉ, Geraldo. “Pequeno concerto que virou canção”

TEXTO 2

Vou tirar você do dicionário

Vou tirar do dicionário
A palavra você
Vou trocá-la em miúdos
Mudar meu vocabulário
E no seu lugar
Vou colocar outro absurdo
Eu vou tirar suas impressões digitais da minha pele
Tirar seu cheiro dos meus lençóis
O seu rosto do meu gosto
Eu vou atirar você de letra
Nem que tenha que inventar outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
Com quantos não se faz um sim
Eu vou atirar o sentimento do meu pensamento
Sua imagem e semelhança
Vou parar o movimento
A qualquer momento procurar outra lembrança
Eu vou tirar, vou limar de uma vez
Sua voz dos meus ouvidos
Eu vou tirar você e eu de nós
O dito pelo não tido
Eu vou atirar você de letra
Nem que tenha que inventar outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
Com quantos não se faz um sim


Itamar Assunção e Alice. In: DUNCAN, Zélia. Intimidade.

TEMA 2

COMIDA.

• INSTRUÇÕES

• Leia atentamente os textos que seguem e elabore uma DISSERTAÇÃO em que você desenvolve as reivindicações e as idéias que o texto e a foto sugerem, justificando sua posição. Procure em seu texto corresponder à intensidade das situações apresentadas.

TEXTO 1



TEXTO 2


COMIDA


bebida é água.
comida é pasto.
você tem sede de quê?
você tem fome de quê?
a gente não quer só comida,
a gente quer comida, diversão e arte.
a gente não quer só comida,
a gente quer saída para qualquer parte.
a gente não quer só comida,
a gente quer bebida, diversão, balé.
a gente não quer só comida,
a gente quer a vida como a vida quer.
bebida é água.
comida é pasto.
você tem sede de quê?
você tem fome de quê?
a gente não quer só comer,
a gente quer comer e fazer amor.
a agente não quer só comer,
a gente quer prazer para aliviar a dor.
a gente não quer só dinheiro,
a gente quer dinheiro e felicidade.
a gente não quer só dinheiro,
a gente quer inteiro e não pela metade.
bebida é água.
comida é pasto.
você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?

ANTUNES, Arnaldo; FROMER, Marcelo & BRITO, Sérgio. “Comida”

TEMA 3

QUE PAÍS É ESSE?

• INSTRUÇÕES

• Leia o texto que segue e DISSERTE sobre os últimos acontecimentos que vem delineando um novo quadro político no Brasil.

TEXTO 1

governo
governa
desgoverno
desgovernado
governadores
ingovernável
ingovernabilidade

Intruções: Escolha um dos temas sugeridos e disserte a seu respeito. Data de entrega: 05/06/2009.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Criança fora do trabalho: que trabalhão!

Nosso país passa por um dilema cultural: como assegurar que a criança se mantenha longe do trabalho num sistema em que, até a pouco, valorizava-se o aprendiz-trabalhador e, muitas vezes, a necessidade econômica parece justificar a mão-de-obra da criança?
O trabalho infantil pode ser analisado sob dois aspectos: o exploratório, desumano, que rouba a infância da criança; e os pequenos afazeres, que vão inserindo a criança no universo dos ofícios, das pequenas experiências, com os domínios da vontade e das habilidades. Nossa sociedade tem dificuldade para dissociar estes aspectos.
Desde a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, baixado pelo então presidente Collor de Mello, em 1996, muita coisa mudou no Brasil. A criança passou a ser vista, por direito, como um ser ainda em formação, que deve gozar de uma situação privilegiada quanto ao uso de direitos e todas as suas benesses. No entanto, há ainda uma considerável distância entre o papel e a prática cotidiana.
Talvez ainda haja um grande número de famílias brasileiras que consideram importantes e positivos seus filhos terem participação – ainda que muito restrita – em alguns afazeres domésticos, como parte de sua educação, mesmo repudiando violentamente os abusos diariamente denunciados.
É necessário encontrar-se o ponto de equilíbrio: para tanto, os cidadãos, as famílias, precisam discutir o seu papel diante da criança que merece ser criança, versus o valor formador de pequenas tarefas que ela poderia empreender. É chegada a hora de se discutir e aperfeiçoar o ECA.
Esta discussão deverá encaminhar a comunidade para o patamar onde os limites possam ser assimilados, os direitos e deveres trabalhem em harmonia, e assim, renovemos a barreira cultural que impede a família (freqüentemente por razões de ordem econômica associadas) de se posicionar quanto à melhor forma e momento de proporcionar aos pequenos brasileiros a iniciação profissional.
Trabalhemos, então, para isso.

Joel Elói Franz (1º lugar na classificação do PROUNI no curso de Psicologia da UNIFRA).